Desde que me conheço por gente ouço de todas as
pessoas as melhores maneiras para se viver. Eu também tenho umas quantas
formulas de vida, e vez ou outra quero dizê-las aos outros.
E essas maneiras têm assim aquele jeitão daqueles
livretos que acompanham as coisas que compramos e que nos ensinam como melhor
usufruir do novo celular, ou do secador de cabelo ou do liquidificador, são os
famosos manuais. E cada manual tem a correspondente e óbvia natureza de ser
útil apenas para certo e especifico aparelho, da mesma série, do mesmo modelo,
da mesma marca coisa e tal.
Mas reparem só, quase ninguém dá bola para esses
manuais, todo mundo tem é pressa de curtir a nova engenhoca recém adquirida e
acaba descobrindo na base do erro e do acerto como as coisas funcionam.
Entende-se que o celular "sabe" que tem
que fazer ligações, o secador já "sabe" secar os cabelos e o liquidificador
há de liquidificar oras! E percebemos que, às vezes já no fim da vida útil da
tal engenhoca, ainda não descobrimos todas as suas funções.
Parece que na vida é mais ou menos igual. Temos a
mesma pressa de "mexer" logo na vida, de sair "usando" a
vida sem dar muita bola para o famoso passo-a-passo que consiste nisso mesmo:
dar um passo de cada vez.
E deve estar certo mesmo. Nas dores e nos
prazeres, nas alegrias e nas tristezas ou nas perdas e nos ganhos, cada um trás
dentro de si um jeito muito pessoal de sentir tudo, um manual natural digamos
assim. Nosso jeito de viver é único como são únicas as nossas impressões
digitais.
Acho que nossas almas "sabem", cada uma
a seu modo, o que buscar da vida, cada alma "sabe" onde está aquilo
que nos felicitará, que nos realizará plenamente. Cada uma sabe como
"mexer" na vida.
O problema está em que a nenhum de nós é dado o
poder de "sair" da própria vida e ficar do lado de fora o tempo
suficiente para perceber o que virá lá adiante, ou enxergar a nós mesmos para
saber o que somos e do que precisamos. Não podemos ler nosso manual e pode ser
até que cheguemos ao fim da vida sem descobrirmos todas as nossas
"utilidades".
É nesse momento que as pessoas à nossa volta nos
oferecem seus manuais com o passo-a-passo que explicaria para que servem todos
os nossos botões.
Mas ocorre que é inútil, pois, como já se
disse, cada pessoa "funciona" de um jeito diferente da outra, cada
manual é para um "aparelho" especifico. Tentemos pois cumprir nossas
naturezas, façamos tudo de maneira igual a que fomos criados: de forma única e insubstituível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário