terça-feira, 27 de novembro de 2012

Quem lê os manuais?



Desde que me conheço por gente ouço de todas as pessoas as melhores maneiras para se viver. Eu também tenho umas quantas formulas de vida, e vez ou outra quero dizê-las aos outros.

E essas maneiras têm assim aquele jeitão daqueles livretos que acompanham as coisas que compramos e que nos ensinam como melhor usufruir do novo celular, ou do secador de cabelo ou do liquidificador, são os famosos manuais. E cada manual tem a correspondente e óbvia natureza de ser útil apenas para certo e especifico aparelho, da mesma série, do mesmo modelo, da mesma marca coisa e tal.



Mas reparem só, quase ninguém dá bola para esses manuais, todo mundo tem é pressa de curtir a nova engenhoca recém adquirida e acaba descobrindo na base do erro e do acerto como as coisas funcionam.

Entende-se que o celular "sabe" que tem que fazer ligações, o secador já "sabe" secar os cabelos e o liquidificador há de liquidificar oras! E percebemos que, às vezes já no fim da vida útil da tal engenhoca, ainda não descobrimos todas as suas funções.

Parece que na vida é mais ou menos igual. Temos a mesma pressa de "mexer" logo na vida, de sair "usando" a vida sem dar muita bola para o famoso passo-a-passo que consiste nisso mesmo: dar um passo de cada vez.

E deve estar certo mesmo. Nas dores e nos prazeres, nas alegrias e nas tristezas ou nas perdas e nos ganhos, cada um trás dentro de si um jeito muito pessoal de sentir tudo, um manual natural digamos assim. Nosso jeito de viver é único como são únicas as nossas impressões digitais.

Acho que nossas almas "sabem", cada uma a seu modo, o que buscar da vida, cada alma "sabe" onde está aquilo que nos felicitará, que nos realizará plenamente. Cada uma sabe como "mexer" na vida.

O problema está em que a nenhum de nós é dado o poder de "sair" da própria vida e ficar do lado de fora o tempo suficiente para perceber o que virá lá adiante, ou enxergar a nós mesmos para saber o que somos e do que precisamos. Não podemos ler nosso manual e pode ser até que cheguemos ao fim da vida sem descobrirmos todas as nossas "utilidades".

É nesse momento que as pessoas à nossa volta nos oferecem seus manuais com o passo-a-passo que explicaria para que servem todos os nossos botões.

Mas ocorre  que é inútil, pois, como já se disse, cada pessoa "funciona" de um jeito diferente da outra, cada manual é para um "aparelho" especifico. Tentemos pois cumprir nossas naturezas, façamos tudo de maneira igual a que fomos criados: de forma única e insubstituível.

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