Quase em todos os feriadões ouvimos
algumas pessoas criticarem a existência dos mesmos. Já virou lugar comum. Tão
comum quanto ouvir aqueles que os festejam.
A respeito desse feriado de hoje
– Dia da Consciência Negra – ouvi de um famoso radialista na Radio Bandeirantes
dizer que é um feriado racista. Isso lá prá ele é claro.
Mas não foi esse o foco do sujeito e argumentar contra isso pode ficar
pra depois.
A tecla em que martelou o tal
radialista foi sobre a economia do país dizendo que se São Paulo para o Brasil
também para.
O radialista peca por excesso de bairrismo e
revela uma certa saudade do século dezenove quando de fato São Paulo comandava
a economia do país, porém é bom lembrar que isso não acontece mais em razão da
diversidade e da descentralização econômica, e que a realidade atual é de uma
relativa interdependência entre todos os estados.
Além disso, São Paulo não para
mais. Não por pujança, riqueza ou pelo vicio em trabalho como parece querer
dizer esse radialista regionalista, não para por que está ligado um moto
continuo de produção que é impossível de ser interrompido.
Se bancários, escriturários, executivos,
médicos, ascensoristas e as tias do cafezinho não vão trabalhar em compensação
taxistas, balconistas da 25 de Março e dos shoppings, garçons, hoteleiros, aeroviários
e vendedores de água de coco na praia trabalham o quíntuplo. E giram a
economia, óbvio.
Se acabarem-se os feriadões acabam
com certeza milhões de empregos.
Ontem, segunda feira, demos um
passeio na Galeria do Rock no centro velho de São Paulo. Meninos eu vi! Aquilo
parecia um formigueiro humano. Tinha loja com fila para entrar.
Sem falar da rua 25 de Março que,
segundo noticias, recebeu 1,5 milhão de compradores.
Desnecessário reafirmar que a
cidade não parou e nem vai parar.
Se as alegações do radialista a
respeito da economia são tão frágeis, resta a triste constatação de que esse
senhor justamente por conta de seus pensamentos centenários não percebeu a importância
do lazer como indispensável para a saúde e o progresso humanos.
E na medida que avança o
conhecimento humano avança por tabela o tempo livre. Se por a trabalhar feito
um burro sem dar-se o direito a folgas e aos prazeres do ócio é desconhecer a
genialidade humana que desde que descobriu o fogo, não parou mais de inventar
coisas que diminuem o trabalho e aumentam o prazer. Sim ou não?
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