Milton
Nascimento na música Índios canta em um de seus versos: " abelha
fazendo mel, vale o tempo que não voou", e mais adiante: " ...
o fruto do trabalho é mais que sagrado meu amor, a massa que faz o pão vale à
luz do seu suor".
Versos
lindos. E que nos chamam a refletir sobre o real valor de tudo que nos
cerca e sobre nós mesmos.
Sempre
que ouço falar em sustentabilidade ouço a palavra economia atrelada. O discurso
habitual é: economize água, ou luz, ou petróleo, ou tudo o mais por que um dia
vai acabar. Tratemos de replantar as árvores que podamos, é a recomendação mais
comum. Isto pode não ser um equivoco completo, mas é pelo menos um equivoco
parcial.
É fácil
imaginar que tenhamos nos acostumado a chamar de fruto, sem a devida
reverencia, aquela coisa que vez ou outra fica pendurada nas árvores
como as laranjas e as jabuticabas.
Devemos
sempre lembrar que frutos são isso sim, a transformação de todas as coisas. É a
Vida em movimento. Em uma alternância ao mesmo tempo tão complexa e simples,
tão extraordinária quanto singela. Tudo uma hora é fruto e outra hora é
semente, em um ciclo que experimenta sem parar a perfeição da Vida. E dele não
somos meros observadores, mas agentes.
Sustentabilidade
poderia ser o mecanismo com que devemos reverenciar a Mãe Terra e toda Vida que
há nela.
Sustentabilidade
pode ser quem sabe o entendimento de todo a cadeia de produção na Vida tendo
nós humanos no meio dela.
Economizar
os frutos não no sentido financeiro, mas no sentido da parcimônia e sobriedade é indispensável. Evitar desperdícios dos frutos não para o acumulo do que nos é
dado, mas pensando em partilhar com quem não tem. Estes sim são os significados
de sustentabilidade.
Mas atentemos: partilhar com alguém agora, não com hipotéticas gerações futuras
Cada vez
que sou avarento e acumulo mais do que preciso, ou então ao contrário, sou um perdulário
acabo privando alguém de alguma coisa e, acima de tudo, desprezando o trabalho
que foi feito por mim e para mim.
Cada vez
que visto uma roupa, que aperto um botão e a luz acende, que tomo um remédio e
curo a minha dor, ou quando provo os mil sabores dos frutos da Terra, devo lembrar
que por trás disso tudo existe uma cadeia imensa de trabalhos que não podem ser
desprezados com meu esquecimento de reverenciar tudo que se move sobre a Terra.
Se eu
esqueço, como diz a musica de Milton, que a abelha não voou para produzir o mel
ou que o homem derramou seu suor para produzir o pão, sou ingrato comigo mesmo
e autorizo à Mãe Natureza que esqueça também do meu trabalho e dos frutos que
produzo.
Que o ano
novo que vem aí, venha também com nosso maior respeito pela Vida e com a justa
valorização e reverencia por tudo que é produzido seja das sementes que viram
frutos seja do suor do homem que realiza trabalhos.
Feliz ano
novo e fiquem em paz.
Lindo e verdadeiro! Há uma roda,uma corrente que nunca pode parar de girar.Repassar o conhecimento,a generosidade,a caridade,o trabalho,a doação,o dar e receber.O que estagna estraga.FELIZ ANO NOVO!
ResponderExcluirVerdade minha cara. É impossivel deter essa impressionante magica da vida. FELIZ ANO NOVO para ti e toda sua familia.
ExcluirGrande artigo meu amigo Jonas!
ResponderExcluirObrigado grande Vanildo e muitos abraços meu amigo !
Excluir