segunda-feira, 15 de abril de 2013

Suspeito que isso esteja errado

Ouvi um dia desses pela rádio CBN um reporter dando conta de um crime ocorrido em São Paulo e dentre outras coisas ele disse: "a policia informa que ainda não há informações sobre os suspeitos do crime".

Pelo que sei uma pessoa só pode se tornar suspeita  após surgir alguma prova de que tenha cometido um crime. Não se pode mesmo saber nada sobre suspeitos sem que existam indicios apontando para alguém. Um erro, portanto, de linguagem.

Mas tem uma coisa mais importante sendo debatida no mundo do crime a respeito da qual eu também suspeito que esteja errada. Trata-se da alteração da idade minima, ou máxima, para se punir criminosos em geral.

Há uma corrente fazendo um esforço enorme porém muito simplório, em defesa da redução da maioridade de 18 para 16 anos com o argumento de que muitos adolescentes andam cometendo crimes por conta da  impunidade que suas idades propiciam. E, segundo a logica simplista desta corrente, basta acenar com uma punição um tanto mais severa para que os tais adolescentes passem a pensar duas vezes antes de cometer um crime.

Pra começar eu digo que a sensação de impunidade permeia a sociedade de maneira geral, entre criminosos ou não, na medida em que se percebe em muitos casos uma mistura de incompetencia, burocracia e desaparelhamento do Estado no combate ao crime. Tudo temperado com a boa e velha corrupção.

Isto posto havemos de pensar no seguinte: tudo começa na incapacidade seja da policia miltar na prevenção ou da policia técnica na apuração, em reprimir criminosos seja lá da dimensão que for, inclusive singelos infratores de transito. E quando as policiais conseguem com seus metodos rudimentares e muitas vezes por conta do acaso descobrir e prender possiveis criminosos de qualquer coisa a punição destes esbarra na lentidão do sistema judiciário cuja demora se dá tanto na ponta da condenação e o consequente aprisionamento, como na ponta da soltura do criminoso, haja vista os vários e equivocados indultos em datas especiais ou atrasos na liberação do apenado no final do cumprimento de sua pena.

Porém superadas as ineficiencias diversas do sistema policial e judiciário temos ainda o descalabro do sistema prisional corrupto e corporativista, onde tanto aquele criminoso mais perverso e contumaz quanto o ladrão amador e ocasional de celulares ficam presos juntos na mesma cela superlotada, proporcionado a contaminação deste ultimo pelo que há de pior no mundo do crime, mandando as favas qualquer possibilidade de recuperação para o convivio em sociedade de individuos que, repetindo, apenas em um momento fora da curva normal de sua vida cometeu uma ilegalidade.

Penso que essa torcida simplista por maior rigor na punição ou a ampliação do universo, hoje restrito pela idade minima de dezoito anos, dos criminosos em geral tenha surgido do reconhecimento silencioso da monstruosidade em que virou nosso sistema de proteção, digamos assim, dos cidadãos em geral.

Tivessemos nós um sistema policial de repressão rápido e bem aparelhado, um modelo judicial ágil e eficaz e um modelo prisional repleto de exemplos de recuperação de individuos para a sociedade, talvez fosse cabivel pensar em mudar a maioridade penal.

A insistente negativa em reconhecer que o erro não esta apenas nos bandidos mas em todo o modelo repressor da criminalidade, causa pérolas como a que eu ouvi hoje de um dos muitos "especialistas" que infestam a midia nacional chamados a comentar com toda a superficialidade possivel assuntos que merecem reflexão um tanto mais profunda. E disse o tal especialista na defesa do aumento da idade penal:

" Não! Não digam que eu sou contra os Direitos Humanos. Sou a favor de que existam esses direitos sim mas que sejam dados a quem merece."

Pelo que entendi esse cidadão entende a raça humana como sendo possivel de ser dividida entre quem é mais humano e quem é menos humano. Eu no lugar dele proporia então uma mudança no titulo dos tais Direitos Humanos. Poderiamos passar a chamar o Direito dos Direitos, ou o Direito dos Bonzinhos, ou o direito daquele tipo de humano que se pretendesse prestigiar.

Ou afinal, a exemplo do reporter que eu citei lá no inicio, esta deve ser mais uma daquelas pessoas que tem problemas com o significado das palavras.

 

 













quarta-feira, 3 de abril de 2013

Musicas dos Beatles em pinturas.




Uma galeria de arte na Irlanda - a The Cooper House Gallery - resolveu ilustrar algumas músicas dos Beatles e convidou 40 artistas irlandeses para que traduzissem em gravuras os sucessos da Banda.

E deu no que deu. Para mim que sou eterno admirador da banda e razoavel conhecedor do conteudo das musicas retratadas, achei que os artistas expressaram muitissimo bem o conteudo das obras dos Fab4, e conseguiram demonstrar pela enésima vez que uma imagem vale por mil palavras.

A seguir eu coloco aqui no Jotazoom apenas algumas das 40 gravuras publicadas pelo museu. Podem ver todas neste endereço aqui.







































































































































































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